25/10/2010

Ano 2006 - Ângela Guadagnin e a dança da pizza


A deputada Ângela Guadagnin precisou de uma única apresentação de 29 segundos para eternizar-se no posto de Musa do Mensalão. Em 23 de março de 2006, excitada com a votação que afastou da guilhotina o mandato do colega mineiro João Magno, a parlamentar do PT paulista improvisou a Dança da Pizza ─ e começou a sair do Congresso para entrar na história nacional da infâmia.

“Naquele momento, manifestei um sentimento de alegria de uma pessoa que conhece a trajetória de João Magno, não só o compromisso e seriedade que ele tem com a coisa pública, mas também seu mandato como prefeito da cidade de Ipatinga e o mandato dele em defesa da população”, tentou justificar-se a deputada horas depois da performance obscena. ”De jeito nenhum quis agredir ninguém, tripudiar com o cidadão ou comemorar a impunidade, como algumas pessoas disseram”.

A explicação foi tão convincente quanto o rebolado. Envolvido no grande escândalo até o pescoço, o próprio Magno admitiu ter embolsado mais de R$ 400 mil para jogar no time de corruptos escalado por Delúbio Soares e patrocinado por Marcos Valério. Na sessão abrilhantada pelo numerito de Ângela Guadagnin, 207 parlamentares aprovaram a cassação do mandato. Faltaram 50 votos para que o castigo se consumasse.

A dançarina não escapou da punição: em outubro de 2006, não conseguiu reeleger-se. Hoje, a ex-prefeita de São José dos Campos é só vereadora. Em contrapartida, tornou-se para sempre a Musa do Mensalão.

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